Por que alguns pais não amam a verdade
O pai do garoto britânico Dominic Stacey, de 8 anos (ambos na foto), sempre se esquivou de dizer a verdade quando o filho perguntava sobre o cansaço em suas pernas. Certo dia, por curiosidade, Stacey digitou o nome de sua doença no Google e descobriu: distrofia muscular de Duchenne é uma doença degenerativa que limita os movimentos até paralisar as pernas, impedir a fala, a respiração e causar a morte
Assim que seus pais chegaram em casa, Stacey disse: “Por que vocês mentiram pra mim?”. “Já sei que vou morrer”. Os pais Dominic e Caroline, de acordo com matéria publicada no jornal Daily Mail, tentaram contornar a situação, mas Stacey ficou descontrolado. Passou a ter pesadelos à noite e a chamar os pais para abraçá-lo com frequência. O sorriso da foto se tornou cada vez mais raro. Stacey é uma criança mais triste hoje.
Uma verdade dura como essa merece ser dita a uma criança? É dever de um pai ou de uma mãe anunciar um futuro tão sombrio ao próprio filho? Vai ser útil para a criança conviver com uma sentença como essa? No universo infantil, a sensação de morte iminente deve se parecer com um quarto escuro lotado de monstros. Ou em uma espécie de pesadelo de adulto em que não é permitido voar com as fadas ou incorporar o poder de um super-herói quando algo dá errado. Falar que ela vai morrer é como roubar-lhe todos os sonhos e toda a infância.
Sim, a verdade costuma ser a melhor alternativa em boa parte das situações. Nunca falei aos meus filhos que Papai Noel entra pela porta e deixa um presente na noite de natal. Também nunca disse a minha menina de 7 anos que ela veio da cegonha. Expliquei o que é preciso fazer para ficar grávida. Ela achou esquisito, um pouco nojento, mas senti que ficou feliz por eu não tê-la subestimado. No caso de seu filho ter uma doença terminal, no entanto, a verdade também está acima de tudo? Não tenho certeza. E você, o que pensa?